Nesta quarta-feira (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva liderou um ato no Palácio do Planalto para marcar os dois anos dos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. Em um discurso enfático, Lula celebrou a resistência democrática e destacou os desafios para construir uma sociedade mais justa e igualitária.
“Hoje é dia de dizer em alto e bom som: ainda estamos aqui. Estamos vivos, e a democracia também está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas”, afirmou. Ele agradeceu a união dos Três Poderes e das Forças Armadas para proteger o regime democrático e ressaltou que o Brasil não pode permitir retrocessos como os vividos durante a ditadura militar.
Recuperação de patrimônio histórico
Antes do ato, Lula participou de uma cerimônia no Salão Nobre do Planalto para receber 21 obras de arte e peças culturais que haviam sido vandalizadas nos ataques de 2023. Entre elas, destacou-se a pintura As Mulatas, de Di Cavalcanti, e um relógio suíço do século XVIII que pertenceu a Dom João VI.
Após a cerimônia, o presidente e outras autoridades desceram a rampa do Palácio do Planalto para participar do evento Abraço da Democracia, realizado na Praça dos Três Poderes com a presença de populares e movimentos sociais.
Democracia como obra em construção
Lula enfatizou que a democracia é um processo contínuo e deve se expandir para todos os brasileiros. “Democracia para poucos não é democracia plena. Ela será completa quando todos tiverem acesso à alimentação de qualidade, saúde, educação, segurança, cultura e lazer”, observou.
O presidente também destacou a necessidade de proteger as minorias sociais, criticando desigualdades e opressões. “A democracia será plena quando a pele negra não for alvo da truculência do Estado, quando os povos indígenas tiverem direito às suas terras e quando as mulheres puderem viver sem medo de julgamento ou violência”, declarou.
Punição aos responsáveis pelos atos golpistas
Sobre os ataques de 8 de janeiro de 2023, Lula reafirmou que todos os envolvidos, incluindo os planejadores, serão responsabilizados. Ele mencionou investigações em andamento que apontam para uma conspiração que tinha como objetivo assassinar o presidente, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
“Os responsáveis estão sendo investigados e punidos. Ninguém será preso injustamente, mas todos pagarão pelos crimes que cometeram”, afirmou Lula, reforçando o compromisso do governo com a justiça e o direito de defesa.
Mensagem de união e vigilância
Ao encerrar o ato, Lula deixou um apelo por vigilância constante e união nacional para proteger a democracia. “O ataque que sofremos foi uma lição. Não podemos baixar a guarda. A democracia é o maior bem que temos, e cabe a todos nós defendê-la todos os dias.”