Nesta quarta-feira (23), mais de 200 torcedores do Peñarol foram detidos na Praia do Recreio, zona oeste do Rio de Janeiro, após uma série de tumultos que incluíram furtos, incêndios e confrontos com a Polícia Militar (PM). O grupo estava na cidade para acompanhar o jogo contra o Botafogo pela semifinal da Copa Libertadores da América, que ocorrerá na noite de hoje.
Segundo a PM, a confusão começou quando agentes que faziam patrulhamento preventivo foram informados sobre um furto de celular em um estabelecimento próximo. O aparelho foi localizado com um dos torcedores, e o caso foi encaminhado à 16ª Delegacia de Polícia. A partir desse incidente, os torcedores iniciaram uma série de distúrbios, que incluíram saques, depredação de lojas e veículos, além de confrontos com outros grupos na praia. Durante a ação, uma pistola foi apreendida.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, usou suas redes sociais para anunciar a detenção dos envolvidos e a transferência dos mais de 200 torcedores para a Cidade da Polícia, na zona norte do Rio. Castro destacou que reforços do Batalhão de Choque e do Batalhão de Rondas Especiais foram enviados ao local para garantir a segurança. “O Rio não é lugar de baderna”, afirmou, enfatizando que os torcedores do Peñarol seriam escoltados para fora da cidade após a confusão.
Ainda de acordo com o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, um ônibus foi incendiado na Avenida Lúcio Costa, no Recreio, e os bombeiros foram acionados para controlar as chamas. O prefeito Eduardo Paes, em declaração sobre o incidente, disse ter alertado anteriormente sobre o risco de confusão na região, criticando o planejamento de segurança.
Entre os envolvidos no incidente, estava o jogador uruguaio Varela, que atua no Flamengo. Ele foi visto na praia tentando retirar amigos da confusão. O Flamengo emitiu uma nota explicando que Varela estava no local apenas para ajudar conhecidos e que não participou de nenhum ato de violência. O próprio jogador pediu desculpas e esclareceu o ocorrido: “Fui buscar dois amigos que estavam assustados. Não participei de qualquer ato violento”, disse ele em comunicado.
Até o momento, nem o Club Atlético Peñarol nem a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) se pronunciaram oficialmente sobre os acontecimentos. Ontem, o Peñarol havia divulgado orientações para seus torcedores, pedindo que evitassem desordens e seguissem as instruções das autoridades brasileiras.