No encerramento do primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do Rio nesta segunda-feira (20), a Mangueira prestou homenagem às diversas Áfricas que contribuíram para a construção do carnaval na Bahia.
Com o enredo “As Áfricas que a Bahia canta”, a Estação Primeira de Mangueira desfilou buscando conquistar seu 21º título.
A Mangueira contou com 29 alas, cinco carros, três tripés e 3,5 mil integrantes em sua apresentação, onde foi narrada cronologicamente a história dos cortejos afro-baianos do século 19 até os dias atuais, na Sapucaí.
A presença da força feminina no enredo da Mangueira já foi evidenciada pela comissão de frente. Utilizando um tripé repleto de transformações, com paredes que se abriam e plataformas móveis, orixás surgiam de dentro de uma árvore sagrada.
Reescrita: Abrindo o desfile da escola, a cantora Alcione, rainha da Mangueira, liderava o cortejo entoando o samba-enredo da agremiação.
Logo em seguida, o carro abre-alas apresentou um dos primeiros cortejos negros do carnaval baiano, uma celebração que remete às memórias dos negros escravizados sobre o antigo continente africano.
Acompanhando o ritmo da bateria, que estava coberta de dourado, a rainha Evelyn Bastos completou 10 anos no cargo.
Através de suas alas, a Mangueira também abordou a rejeição que o carnaval negro baiano causou nas elites, homenageou divindades como Exu e Oxum, além de destacar a importância de grupos como Olodum e Ara Ketu.
Após representar os cortejos contemporâneos dos trios elétricos no quarto carro, a última alegoria da Mangueira mostrou a força religiosa do candomblé e da umbanda com um grande carro prateado, verde e rosa. Destaque para a ministra da cultura, Margareth Menezes.