O mercado financeiro revisou, pela quinta semana consecutiva, sua previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, elevando-a de 4,2% para 4,22%. As informações são do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (19) pelo Banco Central (BC), que reúne as expectativas de diversas instituições financeiras. O IPCA é utilizado como o principal indicador da inflação oficial no Brasil.
Para 2025, a projeção de inflação apresentou uma leve queda, passando de 3,97% para 3,91%, enquanto a previsão para 2026 permaneceu estável em 3,6%. Mesmo com a projeção para 2024 acima da meta oficial de 3%, ela ainda se encontra dentro da margem de tolerância estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A partir de 2025, o sistema de meta contínua para a inflação entrará em vigor, eliminando a necessidade de uma nova meta anual definida pelo CMN. O centro da meta contínua foi estabelecido em 3%, com a mesma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
No que diz respeito ao Produto Interno Bruto (PIB) de 2024, o mercado financeiro ajustou ligeiramente sua expectativa de crescimento, de 2,2% para 2,23%. Para 2025, a projeção de crescimento do PIB foi revisada para baixo, de 1,92% para 1,89%, enquanto a previsão para 2026 permanece inalterada em 2% por 54 semanas consecutivas.
Em 2023, a economia brasileira superou as expectativas, registrando um crescimento de 2,9% e atingindo um valor total de R$ 10,9 trilhões, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em comparação, o crescimento do PIB em 2022 foi de 3%.
A taxa básica de juros (Selic) mantém-se estável em 10,50% para 2024 há nove semanas, segundo o mercado. Para 2025, a projeção foi revisada para 10%, frente aos 9,75% da semana anterior. Já para 2026, a expectativa continua em 9% há 14 semanas. A Selic é o principal instrumento utilizado pelo BC para controlar a inflação.
Com relação ao câmbio, o mercado prevê que o dólar fechará 2024 cotado a R$ 5,31, um leve aumento em comparação à projeção anterior de R$ 5,30. As previsões para 2025 e 2026 permanecem estáveis, em R$ 5,30 e R$ 5,25, respectivamente.
Em julho, a inflação no Brasil foi de 0,38%, puxada principalmente pelo aumento nos preços da gasolina, passagens aéreas e energia elétrica, conforme apontou o IBGE. Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula uma alta de 4,5%, situando-se no limite superior da meta de inflação.