O mercado financeiro elevou a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4% para 4,05% em 2024. A atualização foi divulgada no Boletim Focus desta segunda-feira (22), uma pesquisa semanal do Banco Central (BC) que coleta as expectativas de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para os próximos anos, a projeção da inflação manteve-se em 3,9% para 2025, enquanto para 2026 e 2027 as previsões são de 3,6% e 3,5%, respectivamente. Embora a estimativa de 2024 esteja acima da meta de 3%, ainda está dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que varia entre 1,5% e 4,5%.
A partir de 2025, será implementado o sistema de meta contínua, eliminando a necessidade de definir uma meta de inflação anualmente. O CMN fixou o centro da meta contínua em 3%, com a mesma margem de tolerância.
Em junho, a inflação foi de 0,21%, influenciada principalmente pelo grupo de alimentação e bebidas, após um registro de 0,46% em maio. Nos últimos 12 meses, o IPCA acumulou uma alta de 4,23%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Taxa Selic e Política Monetária
Para controlar a inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, atualmente definida em 10,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A recente alta do dólar e a crescente incerteza econômica levaram o BC a interromper o ciclo de cortes na Selic iniciado há quase um ano. Na última reunião de junho, o Copom manteve a Selic em 10,5%, após sete reduções consecutivas.
O ciclo de aumento da Selic começou em março de 2021 e durou até agosto de 2022, com 12 elevações consecutivas devido ao aumento dos preços de alimentos, energia e combustíveis. De agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa permaneceu em 13,75% ao ano. Com o controle da inflação, o BC iniciou cortes na Selic, que antes estava em 2% ao ano, seu nível mais baixo histórico, para estimular a economia durante a pandemia de covid-19.
O mercado financeiro projeta que a Selic se manterá em 10,5% até o final de 2024, caindo para 9,5% em 2025 e para 9% em 2026 e 2027. A taxa Selic mais alta visa conter a demanda e reduzir a inflação, enquanto uma Selic mais baixa estimula o crédito, produção e consumo, incentivando a atividade econômica.
PIB e Câmbio
A previsão para o crescimento da economia brasileira em 2024 aumentou de 2,11% para 2,15%. Para 2025, a expectativa é um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,93%, mantendo-se em 2% para 2026 e 2027.
Em 2023, a economia brasileira cresceu 2,9%, com um PIB total de R$ 10,9 trilhões, superando as expectativas, após um crescimento de 3% em 2022, conforme dados do IBGE.
A previsão de cotação do dólar para o fim deste ano é de R$ 5,30, com uma leve redução esperada para R$ 5,23 no final de 2025.