INSTALAÇÃO SONORA NO OI FUTURO É PRORROGADA ATÉ 23 DE JANEIRO
Em cartaz desde 3 de novembro, a instalação sonora do MIHNA – Museu Itinerante de História Natural da Amazônia, que integra a 11ª edição do Festival Novas Frequências, será prorrogada até 23 de janeiro. O festival conta ainda com uma galeria de arte visual com obras de 20 artistas que pode ser acessada pelo site www.novasfrequencias.com.
Um museu itinerante feito de som, que conecta pessoas, ecologia e histórias através de experiências de escuta. Um mergulho nos sons da Amazônia. A instalação sonora é uma coleção de sons e histórias que abrem a escuta como portal de entrada para paisagens, ecologia e cultura da floresta amazônica. De pequenos contos sobre pássaros a expedições poéticas na floresta de Igapó, essas narrativas assumem diferentes formatos, uns mais contemplativos e outros mais informativos. Uma série de personagens e cenários dão voz a histórias de evolução, produção de alimentos, resiliência e violência, geologia, uso da terra e possíveis futuros.
A Amazônia é um complexo de ecossistemas que abriga um arquivo vivo de memórias e imaginários. Considerando as urgências socioambientais atuais e o papel da Amazônia nessa equação, os artistas e pesquisadores Bruno Garibaldi, Gabriel Verçoza e Luisa Puterman propõem um museu sem portas e paredes que busca refletir sobre as relações que os humanos têm com os ambientes em que vivem. Segundo os idealizadores do museu imaginário, “assim como livros, mapas e bibliotecas, os museus não são apenas ferramentas que afirmam narrativas específicas, mas sim espaços de produção de conhecimento.”
Segundo o curador do Novas Frequências, Chico Dub, “A instalação, em virtude de tudo o que está acontecendo não só na Amazônia, como no meio ambiente do planeta como um todo, se apresenta como uma maneira de pensar as questões ambientais de uma forma pouco usual, porém extremamente necessária. É um trabalho que estimula o desenvolvimento de uma escuta mais atenta em detrimento do bombardeio de estímulos visuais a que estamos acostumados diariamente. A cenografia minimalista, ao mesmo tempo em que teatraliza o cubo branco, se contrapõe às inúmeras fontes sonoras presentes nos fones de ouvido.
Na galeria 3 do Oi Futuro, localizada no 5º nível do Centro Cultural, as “salas do Museu”, simplesmente evidenciadas por adesivos no piso, apresentam através de fones de ouvido, a “Coleção de Insetos” com pequenas histórias e ultrassons de espécies que nunca foram ouvidas: abelhas, borboletas e formigas têm suas vozes amplificadas para fornecer uma perspectiva peculiar da Amazônia.
Na sala da “Noite” nos perguntamos: o que acontece na selva quando anoitece? Que canções e mitos sussurram na escuridão misteriosa? Bioacústica noturna, comunicação animal e cultura local se unem para contar histórias da vida selvagem notívaga na floresta tropical. Na sala “Soja”, ouvimos sons sobre relações entre produção de alimentos, floresta e clima – uma narrativa polifônica perturbadora que nos convida a co-imaginarmos nosso impacto como espécie. A configuração complexa da Amazônia revela algumas camadas sobre extinção, evolução e resiliência. Árvores antigas e altas, inexplicáveis redes de fungos e pássaros encantadores criam uma grande sala botânica aural. Enquanto isso, o “Rio Negro” figura como protagonista líquido na maior rede de água do mundo. Aqui, são contadas histórias sobre o ciclo da água e sua função a partir de uma perspectiva local, global e mitológica. E da “Torre” é avistada uma nova perspectiva: de cima se conta a importância desse ecossistema para o equilíbrio climático no planeta.
A obra marca a primeira vez em que o Novas Frequências ocupa uma galeria do Oi Futuro com uma instalação sonora. “Sempre tivemos essa vontade. Até porque não é de hoje que o Novas Frequências vêm militando por uma maior presença para além dos palcos. Se o som é cada vez mais onipresente em nossa realidade, não tem porque ele ser confinado a apenas um local de apreciação”, conclui Chico Dub.
O MIHNA colabora com uma equipe de cientistas, educadores e artistas para construir espaços de escuta e criação: apresentações musicais, instalações sonoras, conversas e oficinas. Já realizaram parcerias com organizações como Instituto Serrapilheira, Found Sound Nation e Fundação Getúlio Vargas; Parcerias de pesquisa e viagens de campo com INPA (Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia), IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia); participação nas residências LABVERDE na Amazônia e Área Criativa em Minas Gerais; e produção de instalações sonoras, programas públicos e apresentações musicais junto à Bienal de São Paulo, SESC, TEDx, Festival Path, Festival Kinobeat, Museu da Língua Portuguesa e outras iniciativas culturais. Durante seus anos de trabalho, o trio já facilitou centenas de sessões de escuta, oficinas e conversas em escolas, hospitais, presídios e espaços públicos.
O MIHNA é coordenado por:
Bruno Garibaldi, músico, artista visual e educador. Sua pesquisa investiga como as experiências sonoras podem explorar a imaginação em processos educacionais e contextos de vulnerabilidade social.
Gabriel Verçoza, naturalista e comunicador de ciências. Residente em Manaus, é colaborador do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), onde desenvolve ações socioculturais que articulam ideias sobre Arte, Ciência, Tecnologia e Política.
Luisa Puterman, artista sonora e produtora musical. Seu trabalho interdisciplinar cria instalações sonoras, performances ao vivo, experiências de aprendizagem, composição e design de som para dança, cinema e teatro.
Sobre o Novas Frequências e sua 11ª edição
O Novas Frequências é um festival internacional que promove experiências ao redor da música experimental, da música de vanguarda e da arte sonora, criado em 2011 no Rio de Janeiro. O formato é descentralizado, pulverizado espacialmente e busca, ao mesmo tempo, ressignificar a cidade e estabelecer parcerias com o ecossistema cultural local. O Festival ocupa casas de show de diversos tamanhos e propostas, salas de concerto, instituições de arte e espaços públicos como praças, jardins, museus e escolas.
Sua 11ª edição possui como tema central a pergunta “Pra Onde Agora?” e foi dividida em quatro desdobramentos principais: o Programa de Formação (outubro e novembro de 2021), uma instalação sonora no Centro Cultural Oi Futuro (novembro de 21 a janeiro de 22), uma galeria de arte virtual (a partir do dia 1º de dezembro de 2021) e atividades performativas presenciais (entre 29 de novembro e 05 de dezembro de 2021).
O Festival Novas Frequências é viabilizado com o patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura e da empresa Oi, através da correalização do Centro Cultural Oi Futuro e do Labsonica. Apoio do Serviço de Cooperação e Ação Cultural do Consulado da França no Rio de Janeiro, Goethe Institut, British Council, Amplify, Pro Helvetia e One Beat. Filiação: ICAS – International Cities of Advanced Sound e Abrafin. Realização: Outra Música.
SERVIÇO
11º Festival Novas Frequências
Instalação sonora MIHNA
Data: De 3 de novembro de 2021 a 23 de janeiro de 2022
Local: Centro Cultural Oi Futuro
Endereço: Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo
Horários: De quarta a domingo, das 12h às 18h
Ingresso: Entrada franca
Tel: 21 3131-3060
Site: oifuturo.org.br
De acordo com o decreto no. 49335 DE 26/08/2021 da cidade do Rio de Janeiro, o Centro Cultural Oi Futuro passou a exigir a apresentação da carteira de vacinação juntamente com documento de identificação com foto. A entrada só será permitida mediante apresentação destes documentos e do uso correto da máscara (cobrindo nariz e boca). Mais informações: https://oifuturo.org.br/visite-o-centro-cultural/