O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, esclareça o motivo pelo qual solicitou um documento de identidade português. O pedido foi feito nesta quinta-feira (20), no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Moraes estabeleceu um prazo de 24 horas para que Cid explicasse se já havia recebido a cédula de identidade portuguesa e qual a finalidade do pedido.
Defesa de Mauro Cid
Em resposta ao ministro, o advogado Cesar Bittencourt informou que Mauro Cid solicitou a cidadania portuguesa em 11 de janeiro de 2023, logo após os ataques golpistas de 8 de janeiro, justificando que sua esposa e filhas já possuem nacionalidade portuguesa.
O defensor confirmou que a cédula de identidade portuguesa foi expedida em 2024, mas negou que Cid tenha solicitado um passaporte português, documento que permitiria a ele circular livremente por países da União Europeia.
“É importante destacar que o peticionante não solicitou e não possui passaporte português, esse sim, um documento que lhe permitiria viagens internacionais”, declarou Bittencourt.
Além disso, a defesa enfatizou que Cid não tem intenção de deixar o Brasil e está disposto a entregar o documento às autoridades, se necessário.
“O peticionante celebrou acordo de delação premiada, utiliza tornozeleira eletrônica e não pode deixar o país sem autorização judicial”, ressaltou o advogado.
A solicitação de esclarecimento ocorre em um momento crítico das investigações, em que Mauro Cid se tornou uma peça-chave na delação que envolve ex-integrantes do governo Bolsonaro e militares de alto escalão.