O renomado fotógrafo Evandro Teixeira faleceu nesta segunda-feira (4), aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Em mais de 70 anos de atuação, suas fotos se tornaram documentos visuais da história do Brasil e do mundo, refletindo eventos políticos, culturais e sociais. Teixeira estava internado na Clínica São Vicente, na Zona Sul da cidade, onde sofreu falência múltipla de órgãos devido a complicações de uma pneumonia. O velório será realizado na Câmara dos Vereadores, nesta terça-feira (5), das 9h às 12h.
Natural de Irajuba, Bahia, Evandro iniciou sua trajetória jornalística em 1958 no *Diário de Notícias*, em Salvador, e, posteriormente, consolidou-se no *Jornal do Brasil*, onde permaneceu por 47 anos. Teixeira registrou episódios como a Copa do Mundo de 1962, manifestações contra a ditadura militar, o golpe no Chile e o massacre de Jonestown. Entre suas obras icônicas está a imagem dos soldados no Forte de Copacabana, em 1964, e a cena de um estudante caindo durante o protesto de 1968, em São Paulo.
Internacionalmente Reconhecido
Em 2023, o Centro Cultural Banco do Brasil exibiu uma mostra com 160 de suas fotografias, incluindo sua cobertura do golpe militar no Chile, em 1973. Evandro registrou imagens dos abusos no Estádio Nacional e da morte de Pablo Neruda, contornando as restrições dos soldados e garantindo a divulgação mundial de seus registros. Seu acervo inclui ainda fotos marcantes de desigualdades sociais no Brasil, como a imagem de um trabalhador levando carne para o quartel durante a escassez de alimentos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou o falecimento, destacando que Evandro foi um cronista visual do Brasil. “Deixa um legado de mais de 150 mil fotos que documentam nossa história,” afirmou Lula, enviando condolências aos familiares e admiradores do fotógrafo.