As atletas brasileiras fizeram história nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, superando expectativas e conquistando a maioria dos pódios para o Brasil. Pela primeira vez na história das Olimpíadas, a delegação brasileira foi composta majoritariamente por mulheres, com 163 atletas, representando 56,4% do total. Essa presença feminina massiva se refletiu em resultados excepcionais: das 20 medalhas conquistadas pelo Brasil, 12 foram faturadas por mulheres, incluindo os três ouros.
Entre os destaques, Beatriz Souza no judô, Rebeca Andrade na ginástica artística, e a dupla Duda e Ana Patrícia no vôlei de praia trouxeram para o Brasil as medalhas de ouro. Além disso, o desempenho feminino superou o masculino nas medalhas de prata (quatro contra três) e bronze (cinco contra quatro), demonstrando o impacto e a crescente força das mulheres no esporte nacional.
Durante a coletiva de imprensa realizada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) neste domingo (11), em Paris, Mariana Mello, subchefe da Missão Paris 2024 e gerente de Planejamento e Desempenho Esportivo do COB, destacou o papel crucial das iniciativas voltadas para o fortalecimento das atletas brasileiras. “Há dois ciclos olímpicos, o COB começou a investir especificamente nas mulheres. Não só atletas, mas também para aumentar o número de treinadoras e gestoras. O que vimos aqui em Paris reflete o que está acontecendo na sociedade: a mulher cada vez mais se fortalecendo”, afirmou Mello.
Rogério Sampaio, chefe da missão e diretor-geral do COB, também enalteceu a performance histórica das atletas: “Acho que nesses Jogos Olímpicos conseguimos quebrar alguns recordes, principalmente no que diz respeito ao esporte feminino, o que nos deixa bastante satisfeitos.”
A ginasta Rebeca Andrade se destacou ao se tornar a maior medalhista olímpica da história do Brasil, com seis medalhas no total, após conquistar quatro pódios em Paris. “Para mim é uma honra ser mulher preta e hoje estar onde eu estou: no topo do mundo”, disse Rebeca, consolidando sua posição como um ícone do esporte brasileiro.
No surfe, Tatiana Weston-Webb fez história ao conquistar a primeira medalha olímpica de uma mulher brasileira na modalidade, levando a prata e abrindo caminho para uma nova era do surfe feminino no Brasil. “Sinto orgulho de representar as meninas, especialmente no surfe no Brasil. Espero que isso inspire várias meninas a surfarem e irem atrás dos seus sonhos”, declarou Weston-Webb.
Duda e Ana Patrícia trouxeram de volta o ouro olímpico no vôlei de praia feminino, encerrando um jejum de 28 anos desde a última conquista em Atlanta-1996. A boxeadora Bia Ferreira, que conquistou o bronze em Paris, ressaltou a importância das oportunidades para as mulheres no esporte: “Quanto mais oportunidades vierem e mais mulheres se classificarem, automaticamente vamos trazer resultados.”
A performance das atletas brasileiras nos Jogos de Paris 2024 não apenas elevou o esporte nacional a um novo patamar, mas também simbolizou o crescente poder e influência das mulheres no cenário esportivo global.