Nicolas Sarkozy, ex-presidente da França, recebeu uma sentença de três anos de prisão nesta quarta-feira (17) devido ao caso de suborno e tráfico de influência. Essa pena imposta a um ex-chefe de Estado na França é inédita. Do total, um ano deverá ser cumprido em regime de prisão domiciliar.
No mesmo processo, relacionado a eventos ocorridos em 2014, o tribunal de Paris confirmou a condenação de Sarkozy, bem como do advogado Thierry Herzog e do magistrado Gilbert Azibert, com a mesma pena.
Além da pena de prisão, o tribunal impôs uma proibição de três anos aos direitos civis de Sarkozy, tornando-o inelegível, e uma interdição de três anos para as atividades profissionais de Herzog.
Os juízes mantiveram a sentença de primeira instância, proferida em 2021: três anos de prisão, sendo dois anos com pena suspensa e um ano de prisão efetiva.
Sarkozy é o primeiro ex-presidente francês a ser condenado a uma pena de prisão efetiva, embora não precise cumprir os 12 meses em uma prisão convencional, pois o tribunal decidiu pela prisão domiciliar, com o uso de uma pulseira eletrônica.
É possível que Sarkozy, que se afastou da política em 2016, mas continua sendo uma figura influente entre os conservadores franceses, recorra ao Tribunal Supremo, o que significa que não precisará cumprir a pena imediatamente.
O ex-presidente foi condenado em primeira instância em março de 2021 por um crime cometido em 2014, dois anos após deixar o cargo, quando, segundo o tribunal, ele usou sua influência para obter vantagens em outro processo.
Dois anos após deixar o Palácio do Eliseu, Sarkozy obteve favores judiciais de um alto magistrado, revelados por meio de escutas telefônicas em uma investigação paralela.
De acordo com a juíza do Tribunal de Paris, Sarkozy “se aproveitou de seu status de ex-presidente para obter benefícios pessoais”, violando “a confiança que os cidadãos podem legitimamente esperar do sistema judicial”.
Nicolas Sarkozy, que sempre negou sua culpa, tem agora cinco dias para recorrer ao Supremo Tribunal, mas a decisão de hoje é mais um golpe judicial para o ex-presidente (no cargo entre 2007 e 2012), que também foi condenado a um ano de prisão em setembro de 2021 em outro caso relacionado ao financiamento ilegal de sua campanha nas eleições presidenciais de 2012.
Sarkozy já apresentou recurso contra essa condenação, que será julgada em segunda instância no próximo mês de novembro.
Além disso, Sarkozy pode enfrentar um terceiro processo, já que o Ministério Público francês solicitou na semana passada que ele preste depoimento sobre o financiamento de sua campanha presidencial em 2007, alegando que teria utilizado fundos do antigo regime líbio de Muammar Khadafi.
Essa nova acusação envolvendo o financiamento da campanha presidencial de 2007 pode resultar em um terceiro processo contra Sarkozy. A Procuradoria francesa solicitou recentemente seu depoimento para investigar as supostas irregularidades e o possível uso de fundos provenientes do regime líbio.
Essas acusações adicionais representam mais um desafio para Sarkozy, que já enfrenta um processo pendente relacionado ao financiamento ilegal de sua campanha em 2012. A condenação em primeira instância ocorreu em setembro de 2021, e o ex-presidente aguarda o julgamento em segunda instância marcado para o próximo mês de novembro.
Diante dessas circunstâncias legais desfavoráveis, Sarkozy tem a opção de recorrer ao Tribunal Supremo para contestar as condenações e buscar uma revisão do caso. Se ele decidir seguir com esse recurso, não será obrigado a cumprir a pena de prisão efetiva imediatamente.
Nicolas Sarkozy, conhecido por sua influência política e sua atuação como presidente da França de 2007 a 2012, agora se vê enfrentando múltiplos desafios legais que podem ter um impacto significativo em sua reputação e futuro político.
É importante ressaltar que as decisões judiciais proferidas até o momento são baseadas em evidências e argumentos apresentados nos respectivos processos, e Sarkozy mantém sua posição de negar qualquer culpa em relação a todas as acusações que enfrenta.
O desdobramento desses casos adicionais e a resposta do ex-presidente diante das condenações recentes ainda estão por serem definidos, e o desfecho final dependerá das decisões judiciais futuras e das ações tomadas por Sarkozy e sua equipe jurídica.