Nesta segunda-feira (14), o Prêmio Nobel de Economia foi concedido aos acadêmicos Simon Johnson, James Robinson e Daron Acemoglu por suas pesquisas sobre a persistência da desigualdade global, com foco especial em países marcados por corrupção e regimes autoritários. A Academia Real de Ciências da Suécia elogiou os pesquisadores por explorarem “como as instituições são formadas e como afetam a prosperidade”.
O trabalho dos laureados destaca a importância das instituições sociais para a redução das grandes disparidades econômicas entre os países. “Eles identificaram as raízes históricas de instituições fracas que caracterizam muitos países de baixa renda atualmente”, afirmou Jakob Svensson, presidente do Comitê do Prêmio em Ciências Econômicas.
O anúncio do prêmio veio logo após a publicação de um relatório do Banco Mundial que destacou o crescente endividamento dos 26 países mais pobres do mundo, onde vivem 40% da população mais vulnerável globalmente, revertendo o progresso na luta contra a pobreza.
Relevância das Instituições na Desigualdade e Desenvolvimento
Daron Acemoglu, Simon Johnson e James Robinson têm contribuído significativamente para o entendimento de como as instituições políticas e econômicas moldam o desenvolvimento de nações. Em suas investigações, mostram que a qualidade das instituições públicas e o respeito ao Estado de Direito são essenciais para o crescimento sustentável e a redução da desigualdade.
Em uma coletiva após o anúncio, Acemoglu destacou o atual enfraquecimento das instituições públicas em várias partes do mundo, afirmando que “este é um momento difícil para as democracias”. Ele ressaltou a necessidade de as democracias retomarem sua liderança na promoção de governança eficiente e limpa, cumprindo as promessas de justiça e igualdade para suas populações.
Colaborações Recentes e Impacto Global
Acemoglu e Johnson recentemente colaboraram em um livro que analisa os impactos da tecnologia ao longo do tempo, demonstrando como certos avanços tecnológicos têm sido mais eficazes do que outros na criação de empregos e na distribuição de riqueza.
O prêmio de Economia, formalmente conhecido como Sveriges Riksbank em Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, foi criado em 1968 e, desde então, tem reconhecido pensadores influentes, como Milton Friedman e John Nash. Nos últimos anos, a pesquisa sobre desigualdade tem sido um tema recorrente, com Claudia Goldin vencendo em 2023 por seu trabalho sobre disparidades de gênero no mercado de trabalho.
Contexto Atual e Contribuições Anteriores
O Nobel de Economia de 2024 insere-se em um contexto de crescente atenção global à desigualdade e às instituições. Os trabalhos de Acemoglu, Johnson e Robinson trazem uma análise profunda sobre como políticas públicas e estruturas institucionais podem promover ou impedir o desenvolvimento econômico e social, oferecendo insights valiosos para o enfrentamento de um dos maiores desafios globais da atualidade.