Na madrugada desta segunda-feira (20), a Acadêmicos do Salgueiro, que está comemorando seus 70 anos de história, foi a penúltima escola a desfilar pela Sapucaí. Durante sua apresentação, a escola ofereceu uma nova interpretação do Jardim do Éden, ou seja, do Paraíso.
Apresentando o enredo “Delírios de um paraíso vermelho”, o Salgueiro lançou críticas aos preconceitos sociais, aos pecados e à luta entre o bem e o mal. Com essa apresentação, a escola de samba carioca busca conquistar seu décimo título.
O desfile começou com uma homenagem a Joãosinho Trinta. A comissão de frente apresentou um ato intitulado “O Julgamento”, no qual o carnavalesco travava uma batalha com a morte e devolvia o Carnaval ao povo.
A Acadêmicos do Salgueiro impressionou a todos com o tamanho do seu carro abre-alas, que retratava o Jardim do Éden, com Adão e Eva, simbolizando a origem da vida humana.
Os integrantes da escola tiveram dificuldades para colocar uma parte do mega carro na avenida no início do desfile. O carro tinha 100 metros de comprimento e 16 metros de altura, podendo chegar a 20 metros com o destaque. Além disso, ele continha dois chafarizes que jorravam água e eram alimentados por uma capacidade de 35 mil litros.
A escola de samba contou com 3,2 mil integrantes divididos em 28 alas e cinco alegorias para o desfile.
Dentre as 28 alas presentes no desfile, sete delas representavam os pecados capitais. As alas “Te devoro”, “Uma preguiça inebriante”, “Paraíso é um tesouro guardado a sete chaves”, “Noites de magia e luxúria”, “Espelhos para Narciso”, “Veneno no olhar” e “Os Verdugos” retratavam, respectivamente, a gula, a preguiça, a avareza, a luxúria, a soberba, a inveja e a ira.
Entre os destaques de chão, a MC Rebecca apareceu com o figurino “Amores efêmeros”, representando aqueles que são considerados pecadores por se entregarem à paixão. Já a atriz Dandara Mariana desfilou como Leviatã, um dos anjos caídos que governam o inferno. À frente da bateria Furiosa, estava a atriz Viviane Araújo, que ocupou esse posto pelo 15º ano consecutivo.
A ala intitulada “‘Todes’ a bordo!” desfilou com as cores da bandeira arco-íris, representando a diversidade presente no paraíso, incluindo a comunidade LGBTQIA+.
Na alegoria intitulada “A barca do renascimento – A revolução que vem das águas”, a personagem Caronte conduz as almas para o mundo dos mortos. No desfile, porém, ela traz de volta os espíritos condenados para ajudá-los a encontrar a redenção. Essa alegoria foi inspirada no Día de los Muertos, uma tradicional festa mexicana.
Ao longo do desfile, foram apresentadas diversas alas temáticas, tais como “Dos que vivem da fome aos que morrem com fome”, “Regência de Baco”, “São Zé Pereira”, “Bate-bolas alados” e “O lixo extraordinário é um luxo”. O Salgueiro encerrou sua apresentação com o carro “Vermelho Paixão em um paraíso delirante” e a ala “Canto de uma nova era”.