O Discurso do Rei é um filme que, em suma, retrata a trajetória do rei George VI, que se viu obrigado a assumir o trono inglês no início da segunda guerra mundial. Mas esse não era seu maior problema. George era portador de gagueira severa, fobia social e timidez — a ponto de não conseguir falar em público. Nada bom para um rei. Em outras palavras, o tema gagueira é destaque no longa-metragem, Tom Hooper traz à tona os desafios de quem tem este problema.
O esforço do Rei George VI em vencer a gagueira tinha por objetivo um pronunciamento na rádio BBC, informando aos súditos sobre o começo da Segunda Guerra Mundial e preparando a nação para tempos difíceis, já que são nesses momentos que os grandes líderes usam o carisma, a credibilidade, bem como a segurança para transmitir a realidade ao povo, mas sem deixar seus liderados sem esperança.
Tom Hooper em sua direção fez questão de evidenciar o fardo que, a princípio, é se tornar rei. Ao contrário do que muitos pensavam, não existe glamour o suficiente que apague as responsabilidades de carregar uma nação nas costas.
A saber, Colin Firth, merecidamente levou o Oscar de Melhor Ator por seu papel como rei George VI, teve muito química ao contracenar com Geoffrey Rush, que dá a vida ao fonoaudiólogo Lionel Logue, e Helena Bonham Carter que interpreta Elizabeth, esposa do rei (é tão bom vê-la em um papel sóbrio e dramático), o desemprenho do trio é o trunfo do longa. Hooper conseguiu, assim, desenvolver bem a dinâmica do elenco e humanizar as figuras quase fabulares que compõe a nobreza, o clero e a plebe.
O Discurso do Rei ganhou sete prêmios BAFTA e quatro Oscars, sendo eles Melhor Filme (Iain Canning, Emile Sherman e Gareth Unwin), Melhor Diretor (Tom Hooper), Melhor Ator (Colin Firth) e Melhor Roteiro Original (David Seidler).
Por: Vanderlei Tenório