A ONU alertou nesta segunda-feira (24) que o mundo poderá registrar cerca de 2 mil novas infecções diárias por HIV e um aumento de dez vezes nas mortes relacionadas à doença caso o financiamento dos Estados Unidos não seja retomado ou substituído.
O corte abrupto nos recursos afeta diretamente serviços essenciais de tratamento e prevenção do HIV/Aids. Segundo a diretora-executiva do Unaids, Winnie Byanyima, a suspensão do financiamento está resultando no fechamento de clínicas e na demissão em massa de profissionais de saúde, comprometendo anos de avanços no combate à epidemia.
Impacto Global do Corte de Recursos
A decisão dos EUA de interromper a maior parte da sua ajuda externa foi tomada pelo ex-presidente Donald Trump ao assumir o cargo. Embora o Departamento de Estado tenha afirmado que programas vitais do Plano de Emergência do Presidente para o Alívio da Aids (PEPFAR) continuariam, a realidade no campo é diferente, com serviços essenciais sendo drasticamente reduzidos.
“Estamos testemunhando o fechamento repentino de muitas clínicas e a perda de milhares de profissionais de saúde. Isso resultará em um aumento significativo nas novas infecções e nas mortes relacionadas ao HIV”, afirmou Byanyima em coletiva de imprensa em Genebra.
Se os recursos da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) não forem retomados até abril ou substituídos por outro governo, estima-se que 6,3 milhões de pessoas possam morrer de Aids nos próximos quatro anos.
Cenário Preocupante e Possíveis Consequências
Em 2023, aproximadamente 600 mil pessoas morreram de Aids em todo o mundo. Caso o financiamento permaneça suspenso, esse número pode crescer exponencialmente.
O governo Trump justificou a suspensão dos recursos sob a política “America First”, alegando que a medida visava cortar gastos e eliminar desperdícios. No entanto, especialistas alertam que os cortes estão comprometendo não apenas a assistência médica global, mas também os esforços preventivos que poderiam evitar a propagação do vírus.
O Unaids, que recebe 35% de seu orçamento dos Estados Unidos, luta agora para encontrar fontes alternativas de financiamento. Enquanto isso, milhões de pessoas correm o risco de perder acesso ao tratamento e à prevenção do HIV, ameaçando reverter os avanços conquistados nas últimas décadas no combate à epidemia.