As Nações Unidas anunciaram hoje, segunda-feira (15), a necessidade iminente de angariar US$ 4,2 bilhões em ajuda humanitária destinada à Ucrânia em 2024, visando apoiar aqueles impactados pela invasão russa e os que fugiram em decorrência do conflito.
A organização enfatiza que a recente escalada de ataques é um trágico lembrete do impacto avassalador da guerra sobre a população civil. O inverno rigoroso atual aumenta de forma crítica a urgência da assistência humanitária.
De acordo com a ONU, aproximadamente 14,6 milhões de pessoas na Ucrânia necessitarão de ajuda neste ano, representando 40% da população, incluindo 8,5 milhões com necessidades prioritárias.
Apesar do apelo por doações ter sido de US$ 3,9 bilhões para o ano de 2023, apenas 64% desse montante foi financiado. Este ano, a ONU optou por revisar esse valor para baixo, concentrando-se nas necessidades mais prementes.
Martin Griffiths, secretário-geral adjunto para Assuntos Humanitários, destacou: “Centenas de milhares de crianças vivem em comunidades na linha de frente, aterrorizadas, traumatizadas e privadas das coisas mais básicas”. Ele ressalta a importância de intensificar os esforços para levar mais ajuda humanitária à Ucrânia, considerando os constantes ataques a casas, escolas, hospitais e infraestruturas essenciais.
Em conjunto, Griffiths e Filippo Grandi, chefe da agência da ONU para os refugiados (Acnur), lançaram um plano de ajuda durante uma entrevista no escritório da organização em Genebra.
Desde a invasão russa há cerca de dois anos, aproximadamente 6,3 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia. O plano em questão visa arrecadar US$ 1,1 bilhão para auxiliar 2,3 milhões de pessoas deslocadas e suas comunidades anfitriãs.
A Rússia justificou sua invasão em 24 de fevereiro de 2022, alegando a proteção de minorias separatistas pró-russas no Leste e a “desnazificação” do país vizinho. O conflito, que já causou dezenas de milhares de mortes, permanece sem avanços significativos nos últimos meses, com ambas as partes mantendo posições territoriais inflexíveis e sem abertura para negociações.