A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um alerta epidemiológico sobre o risco elevado de surtos de dengue tipo 3 nas Américas. Segundo a entidade, o sorotipo já circula em diversos países do continente, incluindo Brasil, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México e Peru.
A Opas recomenda que os países reforcem a vigilância, o diagnóstico precoce e a gestão clínica para conter o avanço da doença. O comunicado também menciona que a Argentina registrou casos do sorotipo 3 em 2024, o que reforça a necessidade de monitoramento constante.
Risco aumentado e impacto na saúde pública
O vírus da dengue possui quatro sorotipos distintos, e a imunidade adquirida contra um deles não protege contra os outros. Isso significa que infecções subsequentes com sorotipos diferentes podem elevar o risco de quadros graves.
O ressurgimento do sorotipo 3, que não circulava predominantemente no Brasil desde 2008, preocupa especialistas devido à vulnerabilidade de populações que não tiveram exposição prévia ao vírus. Além disso, o sorotipo tem sido associado a casos graves da doença, mesmo em pacientes sem histórico de infecções anteriores por dengue.
Números alarmantes
Em 2024, as Américas registraram mais de 13 milhões de casos de dengue, sendo 22.684 classificados como graves (0,17%) e 8.186 mortes associadas à doença.
Nas primeiras semanas de 2025, 23 países e territórios das Américas contabilizaram 238.659 casos, sendo a maioria concentrada no Brasil (87%). Na sequência aparecem:
- Colômbia: 5,6% dos casos
- Nicarágua: 2,5%
- Peru: 2,5%
- México: 2,5%
Até o momento, 263 casos foram classificados como graves e 23 mortes foram confirmadas.
A Opas reforça que a reintrodução do sorotipo 3 pode agravar a situação epidemiológica, exigindo resposta rápida das autoridades sanitárias para evitar um aumento ainda maior nos casos e nas complicações da dengue na região.