O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, também conhecido como Suel, foi detido no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (24) durante a Operação Élpis, uma ação conjunta entre a Polícia Federal (PF), a Força Tarefa Marielle e Anderson (FT-MA) e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ).
Essa operação representa a primeira fase das investigações relacionadas aos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.
O crime ocorreu em 14 de março de 2018, por volta das 21h30, na rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, região central do Rio de Janeiro. Marielle e Anderson foram mortos a tiros dentro de um carro, enquanto a assessora sobreviveu aos ferimentos.
Conforme a PF, um mandado de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Rio e na região metropolitana. O Ministério Público informou que a Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) também apoiou a operação.
Vale ressaltar que Maxwell Simões Correa já havia sido detido em 10 de junho de 2020, acusado de obstruir as investigações relacionadas à execução de Marielle e Anderson. Essa prisão ocorreu durante a Operação Submersus 2, conduzida pelo MPRJ, Corregedoria do Corpo de Bombeiros e Delegacia de Homicídios da Capital (DH).
Naquela ocasião, a promotora do MPRJ, Simone Sibilio, que estava à frente da investigação do caso, afirmou em entrevista na porta da DH, na Barra da Tijuca, que Correa foi proprietário do veículo usado para esconder um arsenal de armas pertencentes a Ronnie Lessa, o acusado de ser o executor da vereadora.
Simone declarou: “Ele [Maxwell Correa] responde pelo crime de obstrução da justiça. É por isso que ele foi investigado, denunciado e preso. Ele participou da ocultação de várias armas, que foram lançadas ao mar. Se a arma usada no crime estava lá, nós não sabemos afirmar. Mas o fato é que ele participou do crime de obstrução da justiça. Há várias provas no processo que está sob sigilo”.
Repercussão
A notícia da prisão de Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, na Operação Élpis, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Força Tarefa Marielle e Anderson (FT-MA), teve grande repercussão nas redes sociais. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, expressou sua confiança nas investigações em um post no Twitter, reafirmando sua pergunta de longa data: “Quem mandou matar Marielle e por quê?”.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, também utilizou o Twitter para comentar sobre a operação, destacando o avanço na investigação dos homicídios de Marielle Franco e Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves. Ele mencionou o cumprimento de um mandado de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão.
Marcelo Freixo, presidente da Embratur Brasil, também se manifestou na mesma plataforma, considerando a operação como mais um passo importante na busca pelos responsáveis pelo assassinato de Marielle. Freixo e Marielle trabalharam juntos desde 2006 e enfrentaram a violência e a corrupção no Rio de Janeiro. Ele ressaltou a importância de apontar os mandantes desse crime político para ajudar na reconstrução do estado.
A prisão de Suel trouxe à tona novamente a questão central: quem estaria por trás desse crime brutal e qual seria a motivação para o assassinato de Marielle e Anderson. A repercussão nas redes sociais demonstra o interesse e a cobrança da sociedade por respostas e justiça nesse caso que ainda está em busca de conclusões definitivas.