Nesta segunda-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou que a ajuda financeira dos países desenvolvidos para a preservação da floresta amazônica não deve ser encarada como um favor, mas sim como uma obrigação para compensar uma dívida com o planeta. Durante sua transmissão semanal intitulada “Conversa com o presidente”, Lula ressaltou que, à luz do término da Cúpula da Amazônia na semana anterior, as nações da região estão agora em posição de pleitear essa contribuição na Conferência das Partes (COP28) que ocorrerá nos Emirados Árabes no final do ano.
“A lógica é simples de entender. As nações ricas ingressaram na Revolução Industrial muito antes do Brasil, o que as torna responsáveis pela poluição global bem antes de nós. Elas já desmataram suas florestas muito antes também. Agora, o que se espera delas é um compromisso financeiro que permita o desenvolvimento de outras nações. Não estamos buscando ajuda, mas sim um ressarcimento justo. É como se estivessem quitando uma dívida com a humanidade”, afirmou Lula.
“Agora temos a capacidade de nos apresentarmos ao mundo, lá nos Emirados Árabes, e comunicar o seguinte: ‘Olhem, a situação é clara. Reivindicamos essa contribuição de vocês, e isso não é um ato benevolente. É o pagamento de uma dívida que vocês têm com o planeta Terra, uma vez que devastaram suas próprias florestas um século ou até um século e meio antes de nós. Portanto, é hora de compensar para que possamos preservar nossas florestas, ao mesmo tempo gerando emprego, oportunidades de trabalho e aprimorando as condições de vida das pessoas'”, detalhou o presidente.