Para entender o mundo de hoje, um menino resolve usar objetos que tem em seu próprio quarto para construir uma máquina que o permita viajar ao passado em busca de respostas. Eis o ponto de partida de “A máquina do tempo”, peça infantil escrita pelo ator e músico Gui Stutz, com direção de Denise Stutz. O espetáculo volta ao circuito para apenas quatro apresentações, com sessões duplas nos dias 12 e 13 março (sábado e domingo), às 16h e 18h, no Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto.
Sozinho em cena, Gui Stutz narra a história do menino de forma lúdica e entremeada por canções autorais. Nessa aventura pelo tempo, o menino é capturado por um navio pirata, vê diferentes dinossauros, testemunha Santos Dumont voando no 14-Bis, vai trabalhar num circo de 1923 como o “menino do futuro” e passa por muitas cidades e países até voltar ao tempo presente. Seu desejo nessa viagem é observar as florestas, os mares e as cidades para tentar entender como o passado se tornou o presente.
A música é um elemento constante nos trabalhos de artes cênicas de Gui Stutz, e não foi diferente na construção da dramaturgia de “A máquina do tempo”. Em cena, ele utiliza guitarra e sintetizador ligados a um equipamento de looping para compor em tempo real a trilha sonora original.
Acostumado a trabalhar com companhias teatrais, Gui já cultivava há tempos a vontade de montar um solo que reunisse música e dramaturgia. Para escrever “A máquina do tempo”, ele se inspirou na própria infância e na paternidade. “Sou filho único. Minha memória da infância tem muito de brincar sozinho e acompanhar as viagens de trabalho dos meus pais. Desenhava muito, criava mundos e histórias na minha cabeça”, recorda. Hoje pai de três filhos com idades entre 2 e 6 anos e agora com um bebê a caminho, Gui se vê rodeado pelo universo da criança. “A minha primeira plateia foram os meus filhos, e foi um sucesso em casa”, diz.
O aspecto familiar se estende à direção da peça. Mãe e filho, Denise e Gui já trabalharam juntos em muitas produções, mas é a primeira vez que estão apenas os dois na criação de uma obra. Na bagagem, compartilham experiências que vão desde o teatro de rua popular da Grande Companhia Brasileira de Mystérios e Novidades até o teatro contemporâneo do espanhol Fernando Renjifo. “A nossa vontade era de fazer uma peça que não infantilizasse a criança. Queríamos dar espaço para ela pensar sobre o tempo de hoje”, enfatiza Denise.
GUI STUTZ
Ator e músico. Bacharel em interpretação teatral pela UNIRIO. Foi aluno da Escola Nacional de Circo e do curso de Comunicação Social (cinema) da UFF. Integrou por dez anos o elenco da Grande Cia. Brasileira de Mystérios e Novidades. É um dos fundadores do Coletivo Pernalta (2014). Fundador e integrante da banda Dona Joana, com dois discos e participação em diversos festivais e programas de TV. Dirigiu “Sobre aqueles que carregam coisas” em novembro de 2014, no projeto VEM!. Integrou o elenco de “Contra o vento” (2015) e “CABEÇA” (2016) – vencedor do prêmio Shell 2016 de melhor música. É autor das trilhas sonoras dos espetáculos “Burundanga” (2011), “Elevador tem quatro cantos” (2013), “Agora não veio nada na minha cabeça” (2014), “Solilóquio” (2014), “Beleza” (2015), “Ausências” (2018), “Marina nada morena” (2018), “Eu, mãe” (2019); e dos vídeo-danças “Até que você me esqueça” (2011) e “Dvlce laboris proemium” (2012). Em 2022, estreou o espetáculo “Dois (Mundos)”, projeto do coletivo Complexo Duplo.
DENISE STUTZ
É uma das fundadoras do Grupo Corpo. Trabalhou com Lia Rodrigues como bailarina, professora e assistente de direção. Foi professora da Escola Angel Vianna durante seis anos. Seus solos foram apresentados nas principais capitais do Brasil, além de países como França, Espanha, Portugal, África e Austrália. Seus solos aparecem na lista dos dez melhores espetáculos da crítica do jornal “O Globo” nos anos de 2004 (DeCor), 2013 (Finita) e 2015 (EntreVer). Em 2007, estreou “Absolutamente só” no Itaú Cultural SP e “Estudo para impressões”, em Madrid. Fez parte do Coletivo Improviso, dirigido por Enrique Diaz. Trabalhou com o diretor Luiz Fernando Carvalho nas séries da TV Globo: “Hoje é dia de Maria”, “Capitu” e “Clarice só para mulheres”, e na preparação de atores de “Velho Chico”. Em 2018, dirigiu “Sobre o que não sabemos”, do Grupo Roda Gigante e atuou na peça “A mentira”, de Nelson Rodrigues, dirigida por Inez Viana. A estreia de seu último solo, “Só”, foi considerada um dos destaques na programação do Festival Panorama da Dança 2018. Em 2021, estreou o espetáculo “Partida”, com direção de Debora Lamm.
FICHA TÉCNICA
Atuação, texto e músicas originais: Gui Stutz
Direção e dramaturgia: Denise Stutz
Consultoria de figurino: Flavio Souza
Consultoria de cenografia: Marcela de Paula
Desenho gráfico: Letícia Andrade
Fotografia: Renato Magolin
Assessoria de imprensa: Paula Catunda
Realização e produção: Plano Geral Espaço e Produções
SERVIÇO
“A máquina do tempo”
Dias e horários: 12 e 13 de março (sábado e domingo), às 16h e 18h.
Local: Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto (Rua Humaitá, 163).
Telefone: (21) 2535-3846
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia).
Vendas: na bilheteria do teatro e pela Sympla.
Duração: 60 min. Classificação: Livre.
Instagram da Peça: @amaquinadotempoteatro