O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou novas projeções que indicam que a população brasileira começará a diminuir a partir de 2042. De acordo com as estimativas, o Brasil atingirá seu pico populacional de 220,43 milhões de pessoas em 2041. A partir de então, a população deverá começar a declinar gradualmente, com uma taxa de queda aproximada de 0,7% ao ano até 2070, quando o total de habitantes deverá ser de 199,23 milhões.
A diminuição da população está diretamente relacionada à queda na taxa de fecundidade. Em 2023, a taxa de fecundidade no Brasil chegou a 1,57 filho por mulher, bem abaixo do nível de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher. Comparativamente, em 2000, a taxa era de 2,32 filhos por mulher, indicando um crescimento populacional mais robusto na época.
Evolução da Taxa de Fecundidade
A taxa de fecundidade tem apresentado uma queda contínua desde a década de 1960, quando era de 6,28 filhos por mulher. A queda acentuada ao longo das décadas é evidente nos seguintes marcos:
- 2000: 2,32 filhos por mulher
- 2010: 1,75 filhos por mulher
- 2015: 1,82 filhos por mulher
- 2020: 1,66 filhos por mulher
- 2023: 1,57 filhos por mulher
Atualmente, apenas Roraima mantém uma taxa de fecundidade acima do nível de reposição, com 2,26 filhos por mulher, enquanto o Rio de Janeiro possui a menor taxa, de 1,39 filhos por mulher.
A projeção é que a taxa de fecundidade continue a cair até 2041, atingindo 1,44 filho por mulher. Depois disso, deve haver um leve aumento até 2070, quando a taxa deverá ser de 1,5 filhos por mulher. O número de nascimentos anuais, que era de 3,6 milhões em 2000, caiu para 2,6 milhões em 2022 e deve chegar a 1,5 milhão em 2070.
Outra tendência identificada é o aumento da idade média da maternidade. Em 2000, as mulheres tinham filhos, em média, aos 25,3 anos. Em 2020, essa idade média subiu para 27,7 anos, e a previsão é que atinja 31,3 anos até 2070. Esse adiamento da maternidade reflete uma mudança nos comportamentos e prioridades das mulheres ao longo das décadas.
A projeção também indica que três estados começarão a perder população ainda nesta década: Alagoas e Rio Grande do Sul (em 2027) e Rio de Janeiro (em 2028). Em contrapartida, Roraima e Santa Catarina devem continuar crescendo até a década de 2060, enquanto Mato Grosso deverá manter crescimento até pelo menos 2070.
Essas projeções destacam a necessidade de planejamento para enfrentar os desafios relacionados ao envelhecimento da população e às mudanças demográficas nas próximas décadas.