Na segunda noite dos desfiles da Série Ouro, realizados no Sambódromo do Rio neste sábado (18), a Porto da Pedra e a União da Ilha foram as escolas que mais se destacaram, despontando como as favoritas para garantir o acesso ao Grupo Especial do carnaval carioca.
Embora a escola de São Gonçalo tenha apresentado algumas falhas, estas foram bem menores em relação à União da Ilha, e seu samba-enredo contagiou ainda mais o público presente.
A Unidos de Bangu também se apresentou muito bem, correndo por fora na disputa pela vaga, mas ainda assim fazendo um ótimo desfile. As três escolas foram superiores em relação às agremiações que desfilaram na sexta-feira.
Porto da Pedra
Na segunda noite de desfiles da Série Ouro, o Tigre de São Gonçalo foi a escola que mais empolgou o público presente. Para completar, a agremiação passou pela avenida sem problemas, o que aumentou suas chances de conseguir uma vaga no Grupo Especial.
O enredo da escola foi baseado no livro “A Jangada: 800 léguas pelo Amazonas”, do escritor francês Júlio Verne, considerado o pai da ficção científica e de fantasia. A Unidos do Porto da Pedra foi responsável por conduzir a viagem de Verne pela Amazônia.
As alegorias impressionaram, especialmente o abre-alas, que retratava a jangada de Verne com elementos futuristas e retrô. A comissão de frente, que apresentou uma imersão de componentes em uma alegoria que representava a mãe natureza chorando sangue, também recebeu aplausos.
Em vários momentos do desfile, a escola abordou temas ambientalistas, chamando a atenção para a importância da preservação da Amazônia.
União da Ilha
A União da Ilha prestou uma homenagem emocionante à sua escola madrinha, a Portela, que completa 100 anos, além de celebrar seus próprios 70 anos de história. O tema do desfile foi um “encontro das águias”.
A comissão de frente da Ilha já emocionou o público ao trazer Tia Surica, ícone portelense, em sua alegoria. O carro abre-alas também encantou ao unir símbolos das duas escolas, como a águia da Portela com máscaras e elementos carnavalescos nas cores da Ilha.
Ao longo do desfile, as alegorias e fantasias exibiram luxo e simplicidade para homenagear figuras históricas da Portela, como Monarco e Tia Dodô, e também para mostrar a conexão musical entre as duas escolas, como referências rítmicas na bateria.
Apesar do belo desfile, a União da Ilha teve alguns problemas de acabamento, como uma ala sem chapéu e um forro rasgado no tripé da comissão de frente. Em contrapartida, a Porto da Pedra evitou esses erros.
Unidos de Bangu
O enredo da escola de samba Unidos de Bangu narrava a história do quinto alafim no Império de Oyó, filho de Ajacá, neto de Oraniã e sobrinho de Xangô. O orixá representa a personificação dos vulcões, tudo que é explosivo e não tem controle – características que compartilha com Xangô. No Brasil, a figura de Xangô também é associada ao orixá.
O destaque do desfile foi o abre-alas, um dos maiores da Série A até o momento, com uma grande representação de Xangô, que chamou atenção pela imponência. Apesar dos problemas enfrentados na hora da montagem, o resultado final compensou. A comissão de frente também foi aplaudida pelo público, com efeitos pirotécnicos e uma coreografia envolvente.