A primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (5) e fugiu do país após um dos piores episódios de violência desde a independência da nação sul-asiática. Fontes informam que Hasina, de 76 anos, deixou o país e um governo interino será formado.
O chefe do Exército, general Waker-Us-Zaman, anunciou em um discurso televisionado que Hasina abandonou o país. Segundo relatos da mídia, ela voou em um helicóptero militar com sua irmã em direção à Índia. O canal de televisão CNN News 18 informou que o helicóptero aterrissou em Agartala, capital do Estado de Tripura, no nordeste da Índia. A agência de notícias Reuters não conseguiu verificar imediatamente os relatos.
Reação popular
Imagens de televisão mostraram milhares de pessoas nas ruas da capital, Daca, celebrando e gritando slogans de vitória. Manifestantes invadiram a residência oficial de Hasina, “Ganabhaban”, carregando objetos como televisores, cadeiras e mesas. Multidões também subiram em uma estátua do líder da independência, Sheikh Mujibur Rahman, pai de Hasina, esculpindo a cabeça da estátua com um machado.
Estudantes ativistas organizaram uma marcha para Daca, desafiando um toque de recolher nacional para pressionar a renúncia de Hasina. Na segunda-feira, confrontos em todo o país resultaram na morte de quase 100 pessoas, com mais seis mortes ocorrendo em Daca durante conflitos entre a polícia e manifestantes.
Contexto da crise
Os protestos em Bangladesh começaram no mês passado com a demanda de estudantes pela eliminação de um sistema controverso de cotas em empregos do governo. A situação escalou para uma campanha que exigia a destituição de Hasina, que havia conquistado um quarto mandato consecutivo em janeiro, em uma eleição boicotada pela oposição. A violência e os protestos aumentaram a pressão sobre o governo, levando à renúncia e fuga da primeira-ministra.