Neste domingo (15), Macaé Evaristo, nova ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, participou de sua primeira agenda pública no cargo ao marcar presença na 17ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, realizada na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. O evento reuniu praticantes de diversas religiões, com o objetivo de promover a paz e denunciar casos de intolerância e racismo, reforçando o compromisso com a defesa da liberdade religiosa.
Desigualdade, Paz e Direitos Humanos
Em seu discurso, Macaé destacou a importância de reduzir as desigualdades no Brasil e promover a paz nas comunidades. “O direito à liberdade religiosa está intrinsecamente ligado a muitas outras lutas, como o combate à fome, a garantia de trabalho decente e o cuidado com os mais vulneráveis”, afirmou a ministra, que também ressaltou o papel fundamental das mulheres nesse contexto.
Macaé, que já atuou por mais de 20 anos em escolas de comunidades vulneráveis, enfatizou sua trajetória na educação e a necessidade de conectar diferentes agendas para alcançar resultados concretos em seu curto mandato de dois anos. A nova ministra assumiu o cargo após a exoneração de Silvio Almeida, que está sendo investigado por denúncias de assédio sexual.
Diversidade Religiosa e Mobilização
Organizada pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap) e pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro (CCIR), a caminhada se tornou um símbolo de defesa da democracia, da diversidade e dos direitos humanos. “A intolerância religiosa está enraizada em várias formas de opressão, como racismo, homofobia e misoginia. A fé deve unir, e não desunir”, afirmou o babalawô Ivanir dos Santos, representante da CCIR.
Com presença majoritária de adeptos de religiões de matriz africana, o evento também contou com caravanas de outros estados e manifestações culturais de diferentes crenças, como o judaísmo, islamismo e budismo. Andressa Oliveira, liderança do Movimento Negro Evangélico, destacou a caminhada como um exemplo de respeito e convivência entre diferentes crenças, além de reforçar a luta contra o racismo e a intolerância, especialmente contra as religiões de matriz africana.