O projeto Boas Práticas Cardiovasculares, resultado da colaboração entre instituições privadas e o Ministério da Saúde, está transformando o atendimento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). O Hospital do Coração (HCor), a Beneficência Portuguesa (BP) e o Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS), unem esforços para oferecer uma assistência mais eficaz aos usuários do sistema público de saúde.
Iniciado em 2009, o projeto tem como foco a qualificação dos serviços prestados. A parceria entre o HCor e o Ministério da Saúde, através do Proadi-SUS, teve início com o projeto de eletrocardiografia (Tele-ECG), que possibilitou a realização de eletrocardiogramas em unidades de pronto atendimento (UPAs 24h) e serviços móveis de urgência (Samu) em todo o país.
Segundo Patricia Vendramim, gerente de Projetos de Assistência e Saúde Digital de Responsabilidade Social do HCor, desde o início do projeto, a transmissão dos laudos de eletrocardiograma por meio de plataformas digitais permitiu uma significativa melhoria no serviço. Isso resultou em constante capacitação dos profissionais que atuam nas UPAs em todo o país.
O projeto Boas Práticas Cardiovasculares começou com foco na síndrome coronariana aguda em 2009 e, ao longo dos anos, tem se adaptado às necessidades emergentes do cenário de saúde, implementando melhorias conforme necessário.
Atualmente, o projeto abrange 735 unidades pelo HCor e mais 150 pela BP, totalizando 885 unidades do SUS em todo o país. Cada unidade participante possui um equipamento de eletrocardiografia, permitindo um diagnóstico rápido e preciso. O laudo é elaborado em média em apenas 3 minutos por médicos especializados.
Os resultados positivos do projeto são evidentes. A adesão ao tratamento medicamentoso aumentou em 33%, e o tempo para realização do eletrocardiograma foi reduzido em 59%. Além disso, a taxa de mortalidade nas UPAs participantes diminuiu em 44%.
A partir de abril, o projeto expandiu seu escopo para incluir não apenas a síndrome coronariana aguda, mas também o acidente vascular cerebral (AVC) e a sepse, garantindo a aplicação de boas práticas em todas as unidades de pronto atendimento.
Desde seu início em 2009, o projeto já realizou mais de 2 milhões de exames. Em 2019, foi introduzido o serviço de teleconsultoria cardiológica por telefone, com mais de 19 mil atendimentos consolidados pelo HCor e BP.
O projeto Boas Práticas Cardiovasculares continuará seu trabalho até o final de 2026, com a expectativa de ampliar ainda mais sua cobertura e qualidade de assistência em todo o país. Este esforço conjunto entre instituições privadas e o Ministério da Saúde representa um avanço significativo na oferta de cuidados cardiológicos acessíveis e eficientes para a população atendida pelo SUS.