As esperanças de um cessar-fogo na Faixa de Gaza antes do mês sagrado do Ramadã foram frustradas no último domingo (10). Horas antes do início do mês sagrado de jejum diurno para os palestinos e outros muçulmanos, o Hamas reiterou suas exigências por um cessar-fogo abrangente, enquanto Israel as rejeitou.
O Egito, o Catar e os Estados Unidos buscaram mediar a trégua, que estava programada para a véspera do início do Ramadã nesta segunda-feira.
Caso um acordo de última hora fosse alcançado, alguns reféns israelenses seriam libertados em troca de palestinos detidos nas prisões de Israel. No entanto, as negociações estagnaram.
Impasse Diplomático
Ontem, o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, anunciou em um discurso televisionado que o Hamas buscava um acordo para encerrar a guerra, retirar as forças israelenses de Gaza, permitir o retorno dos palestinos deslocados e garantir todas as necessidades humanitárias para os habitantes de Gaza.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, em entrevista divulgada no mesmo domingo, afirmou que um acordo de cessar-fogo não estava próximo. Ele deixou claro que gostaria de ver outra libertação de reféns, destacando que “sem nova liberação, não haverá pausa nos combates.”
Preparativos para o Ramadã
Os palestinos se preparam para celebrar o Ramadã a partir desta segunda-feira, um mês de jejum durante as horas de sol. O clima de guerra entre o Hamas e Israel, sem uma trégua à vista, já causou impacto em Jerusalém, com medidas de segurança reforçadas pela polícia israelense.
Em meio a incertezas, as decorações usuais ao redor da Cidade Velha de Jerusalém não foram colocadas, refletindo o tom sombrio em cidades da Cisjordânia ocupada. A polícia israelense intensificou as medidas para garantir um Ramadã pacífico, reprimindo informações provocativas nas redes sociais e prendendo suspeitos de incitamento ao terrorismo.
Em Rafah, no Sul de Gaza, onde muitas pessoas procuraram refúgio, os palestinos lamentaram a escassez de alimentos e a incerteza durante o mês sagrado para os muçulmanos. Apesar da construção de um cais temporário em Gaza e da criação de um corredor marítimo até o Chipre para ajuda humanitária, os deslocados ainda enfrentam receios durante este Ramadã único e desafiador.