A demanda mundial por carvão atingiu uma marca histórica, atingindo 8,53 bilhões de toneladas neste ano, de acordo com dados divulgados pela Agência Internacional de Energia (AIE). Este notável recorde é impulsionado, em grande parte, pelo considerável aumento observado na China, Índia e Indonésia.
As projeções da AIE, divulgadas logo após o encerramento da 28ª Conferência Internacional da ONU sobre as Alterações Climáticas em Dubai, indicam que, a partir de 2024, o consumo global de carvão começará a declinar. Este anúncio coincide com um acordo firmado durante a conferência, visando a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, incluindo o carvão, como parte dos esforços globais para combater o aquecimento global.
O observatório europeu Copernicus, em novembro, previu com alto grau de certeza que as temperaturas médias do planeta ultrapassariam o recorde anual estabelecido em 2016. Paralelamente, a AIE destacou que as toneladas de carvão consumidas em todo o mundo neste ano superaram o recorde anterior registrado em 2022.
A queima de carvão para geração de energia ou fins industriais é conhecida por liberar uma significativa quantidade de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global.
O relatório da AIE enfatiza a notável demanda por carvão na Ásia. Os dados revelam que, em comparação a 2022, o consumo chinês aumentou em 220 milhões de toneladas (+4,9%), o indiano em 98 milhões de toneladas (+8%), e o indonésio em 23 milhões de toneladas (+11%).
Por outro lado, houve uma queda acentuada no consumo na Europa (-107 milhões de toneladas, representando uma redução de 23%) e nos Estados Unidos (-95 milhões de toneladas, equivalente a uma queda de 21%). Essa redução é atribuída, em grande parte, à conversão de usinas elétricas, que estão abandonando progressivamente o carvão para preservar o clima, e à baixa atividade industrial.
A AIE reconhece as dificuldades em fazer previsões para a Rússia, o quarto maior consumidor mundial de carvão, devido ao cenário geopolítico influenciado pela guerra na Ucrânia.