O Estado do Rio de Janeiro firmou hoje (8) um acordo de cooperação técnica com o Fórum Oceano de Portugal, em cerimônia realizada no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. O Fórum Oceano, uma associação sem fins lucrativos que gerencia o Cluster do Mar Português, foi representado pelo presidente Carlos Costa Pina e pelo secretário-geral Ruben Eiras. O acordo, assinado pelo secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, e pela subsecretária de Recursos Hídricos e Sustentabilidade, Ana Asti, marca a entrada do Brasil no cenário internacional da Economia Azul, que promove o desenvolvimento sustentável dos recursos e ecossistemas costeiros.
Carlos Costa Pina destacou a importância da pesquisa e do uso de novas tecnologias para o desenvolvimento da economia do mar: “Conhecemos muito pouco do oceano e há um grande desafio estratégico de pesquisa e uso de novas tecnologias e biotecnologias voltadas ao mar, assim como de projetos comercialmente viáveis, dando origem a novas atividades e empregos em prol da economia do mar”.
Durante o evento, também foi assinado um Protocolo de Intenções com o Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O documento foi assinado pelo reitor da UFRJ, Roberto Medronho, e pelo diretor executivo do Parque Tecnológico, Romildo Dias Toledo Filho, junto aos representantes do governo estadual. A subsecretária Ana Asti afirmou: “A assinatura tem o objetivo de fomentar as iniciativas e projetos de inovação e empreendedorismo sustentável por meio de ações conjuntas para estimular a inovação e a economia azul e circular e nele será baseado o hub de economia azul do Estado do Rio de Janeiro”.
Global Ocean Day: Debates sobre a Economia Azul
As assinaturas aconteceram durante o Global Ocean Day, evento que reuniu especialistas de diversas áreas para discutir o uso e a preservação dos oceanos. O evento contou com a presença de políticos, empresários, investidores, startups e pesquisadores do Brasil e do exterior, com foco na Economia Azul, também conhecida como Economia do Mar. O Brasil busca se tornar uma referência nesse setor, aproveitando seu extenso litoral e alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14 da ONU, às metas da Década dos Oceanos, do G20 e dos Oceans20.
Em uma das mesas de debates, o governador do estado do Amapá, Clécio Luís, defendeu mais investimentos nas indústrias e atividades costeiras da região amazônica para promover crescimento social, econômico e ambiental. Ele enfatizou a necessidade de equilibrar indicadores ambientais com melhorias sociais e econômicas: “Não adianta apenas termos os melhores indicadores ambientais. É um belo ponto de partida que é esse ativo ambiental. Mas há péssimos indicadores sociais e econômicos. Se quisermos de forma honesta continuar falando de economia verde e azul, precisamos fazer essa dicotomia se transformar em binômio. Falar em sustentabilidade com essa realidade que temos no Amapá e boa parte da Amazônia, riqueza material e pobreza humana e econômica, é insustentável”.