Às vésperas do período mais crítico de estiagem, os rios da Amazônia estão registrando níveis alarmantes, com cotas muito abaixo da média histórica. O Rio Solimões, por exemplo, está 3 metros abaixo do volume usual para o mês de agosto, de acordo com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam). Outros rios importantes da bacia, como o Madeira e o Acre, também estão próximos aos seus mínimos históricos.
Flávio Altieri, analista do Censipam, alertou para a gravidade da situação, embora seja cauteloso ao afirmar se 2024 será o ano da seca mais intensa já registrada na região. Ele destaca que as condições hidrológicas estão piores do que as observadas em 2023, um ano já marcado por uma seca severa. Com a previsão de chuvas abaixo do esperado para os próximos meses, as perspectivas não são otimistas.
O quadro atual já configura uma situação de seca extrema, o penúltimo estágio na escala de severidade, que implica em escassez generalizada de água, perdas significativas de plantações e dificuldades para as comunidades que dependem dos rios. Essas populações enfrentam desafios crescentes, incluindo desabastecimento de alimentos, água potável e dificuldades no acesso a serviços essenciais.
Em resposta à crise, uma reunião entre ministros e governadores da Amazônia Legal foi realizada no Palácio do Planalto, onde foram discutidas medidas para mitigar os impactos da estiagem. O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) anunciou o repasse de R$ 11,7 milhões para ações de defesa civil nos estados do Amazonas e Roraima, além de reconhecer a situação de emergência em 53 municípios afetados nos estados do Acre, Amazonas, Roraima e Rondônia.