Nesta quinta-feira (27), a Rússia emitiu um alerta contra qualquer interferência estrangeira nos assuntos internos da Bolívia, condenando veementemente a recente tentativa de golpe de Estado no país sul-americano. Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo expressou total apoio ao presidente boliviano, Luis Arce.
“Alertamos para as tentativas de ingerência estrangeira destrutiva nos assuntos internos da Bolívia”, afirmou a nota oficial. A condenação veio após eventos tumultuosos em La Paz, onde soldados e veículos blindados, liderados pelo chefe das Forças Armadas bolivianas, general Juan José Zuniga, se concentraram em frente ao palácio presidencial. A retirada das tropas ocorreu algumas horas depois, e o general Zuniga foi detido sob acusações de terrorismo e revolta armada.
A diplomacia russa, citada pela agência francesa AFP, reiterou seu firme repúdio à tentativa de golpe militar e sublinhou a importância de resolver politicamente os desacordos internos para garantir a estabilidade na Bolívia. “Somos solidários à Bolívia, nosso parceiro estratégico confiável”, acrescentou o ministério liderado por Serguei Lavrov.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, também destacou a importância de evitar interferências de terceiros países na situação boliviana, esperando que o país “regresse à calma o mais rapidamente possível”.
Este posicionamento firme da Rússia ocorre no contexto da recente visita do presidente boliviano, Luis Arce, à Rússia. Em junho, Arce se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin, durante o fórum econômico de São Petersburgo, marcando sua primeira viagem à Rússia desde sua eleição em 2020. Esta visita foi notável também por ser uma das raras visitas de um chefe de Estado à Rússia desde o início do conflito na Ucrânia em fevereiro de 2022.