O Sambódromo do Rio de Janeiro completa 40 anos em 2024, marcando uma jornada repleta de história e significado para os sambistas. Antes de sua construção, os membros das escolas de samba enfrentavam incertezas quanto ao local dos desfiles, com apresentações ocorrendo em diversos pontos da cidade, desde a Praça Onze até a Avenida Marquês de Sapucaí, onde está localizado atualmente o icônico espaço.
A inauguração do Sambódromo em 1984 trouxe uma nova era para o carnaval carioca, proporcionando estabilidade e um local definitivo para os desfiles. Vilma Nascimento, lendária porta-bandeira da Portela, relembra com gratidão o pedido feito ao governador Brizola para a construção do espaço, um pleito que ela e seu marido, Mazinho, defendiam. Esse pedido foi atendido, culminando na realização de um sonho para os sambistas.
Com a construção do Sambódromo, os ensaios técnicos prévios aos desfiles oficiais tornaram-se uma prática comum, oferecendo às escolas a oportunidade de se prepararem adequadamente para o grande evento. Vilma destaca a importância desses ensaios como uma chance de aperfeiçoamento e interação com o público, algo que os verdadeiros sambistas apreciam.
Ao longo dos anos, o Sambódromo passou por várias mudanças para aprimorar o espetáculo. O sistema de som foi melhorado para garantir que o samba fosse ouvido em todos os setores da avenida, enquanto a iluminação foi aprimorada para realçar a beleza dos desfiles noturnos. Além disso, o aumento no número de camarotes trouxe novas oportunidades de entretenimento durante os desfiles, com shows e eventos acontecendo paralelamente às apresentações das escolas.
Entretanto, apesar das melhorias, os carnavalescos ainda veem espaço para ajustes no Sambódromo. Alexandre Louzada, renomado carnavalesco, ressalta a necessidade de reformas no espaço de concentração das escolas, visando facilitar a montagem das alegorias e reduzir acidentes de percurso. Além disso, ele critica o regulamento atual, que, segundo ele, tem se tornado mais rígido e distante do conjunto que antes diferenciava as escolas.
Apesar dos desafios, o Sambódromo continua sendo o coração pulsante do carnaval carioca, um palco onde histórias são contadas, emoções são vividas e a cultura brasileira é celebrada. Ao completar 40 anos, este ícone da folia brasileira continua evoluindo, garantindo que o espetáculo do carnaval permaneça vivo e vibrante por muitos anos ainda.