Desde o seu surgimento em 1984, em meio à fervorosa campanha pela volta das eleições diretas no Brasil, o bloco Simpatia é Quase Amor tornou-se um ícone do Carnaval carioca. Com suas cores vibrantes – amarelo e lilás, que dominam a camiseta deste ano – o bloco comemora seus 40 anos neste domingo de Carnaval, reunindo uma multidão na Praia de Ipanema.
Para Dodô Brandão, diretor do bloco, o Simpatia é Quase Amor vai além da celebração carnavalesca; é uma plataforma para defender ideais políticos, sendo a democracia sua palavra-chave. O bloco, que começou de forma modesta, agora atrai cerca de 350 mil foliões a cada edição, tornando-se um dos maiores e mais influentes do Rio de Janeiro.
Brandão relembra os primórdios do bloco, quando um grupo de amigos, recém-saídos da faculdade e testemunhando as transformações políticas do país, decidiu tomar as ruas como forma de expressão. Inspirados pelo clima de redemocratização e pela movimentação das Diretas Já, escolheram o nome “Simpatia é Quase Amor”, em referência a um personagem do compositor Aldir Blanc, que se tornou o patrono do bloco.
Ao longo dos anos, o Simpatia é Quase Amor acolheu personalidades e figuras ilustres, como a jogadora de vôlei Isabel Salgado, que reinou como musa do bloco, e o saudoso humorista Bussunda, que assumiu o papel de Rei Momo. O bloco cresceu e se fortaleceu, mantendo suas raízes políticas e culturais, e hoje é considerado uma instituição do Carnaval carioca.
Neste ano, para celebrar suas quatro décadas de existência, o bloco sai às ruas com dois carros de som, um deles dedicado a homenagear todos aqueles que colaboraram com a história e o sucesso da agremiação. O clima é de festa e gratidão, mas também de renovação e preparação para os próximos 40 anos de folia, garantindo que o legado do Simpatia é Quase Amor continue a brilhar no Carnaval do Rio de Janeiro.