O longa está longe de ser uma biografia como “Jackie”, trabalho anterior de Larraín que traz um recorte de eventos fartamente documentados, os dias de Jacqueline Kennedy imediatamente após o assassinato de seu marido, o presidente John Kennedy, Spencer é a investigação de um mito, humanizando-o ao mesmo tempo em que se rende à mais pura fantasia.
O longa é estrelado por Kristen Stewart e Jack Farthing, ao lado de Timothy Spall (“Franquia Harry Potter”), Sean Harris (“Missão Impossível”), Sally Hawkins (“A Forma da Água”) e grande elenco.
O roteiro de Steven Knight concentra-se no fim de semana do Natal de 1991, quando Diana já tomara a decisão de encerrar seu casamento com Charles. Antes, porém, ela precisa cumprir este último protocolo, encarar mais uma vez a indiferença de uma família que demonstra, com uma crueldade passivo agressiva sufocante, que ela nunca pertenceu àquele mundo.
Em Spencer, um dos diferenciais é o uso de elementos de suspense e até de terror para contar a história. O outro (e mais importante) é a incrível interpretação de Kristen Stewart como a Princesa de Gales. Spencer pode causar estranheza para quem espera ver mais uma cinebiografia simples e burocrática como várias que são lançadas a cada ano, ou mesmo uma versão das séries como “The Crown” (que a própria Kristen Stewart confessou ter visto para se preparar sua atuação) – mas irá agradar aos que buscam por algo mais original sobre uma personagem tão emblemática quanto Lady Diana Spencer.
Por: Vanderlei Tenório