Em 2022, das 9.584 empresas brasileiras pertencentes às indústrias extrativas e de transformação, com 100 ou mais empregados, 68,1% introduziram algum produto novo ou substancialmente aprimorado e/ou incorporaram algum processo de negócios novo ou aprimorado para uma ou mais funções de negócios da empresa.
Comparado ao ano anterior, houve uma redução de 2,4 pontos percentuais (70,5%). Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (20) pela Pesquisa de Inovação Semestral (Pintec Semestral) 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Durante o período avaliado, 33% das empresas inovaram tanto em produto quanto em processo de negócios, um percentual menor em relação a 2021 (37,8%). No entanto, o IBGE destaca que, ao observar os dados separadamente (de processo e produto), o percentual de inovação em 2022 aumentou em relação ao ano anterior.
“É interessante observar o aumento relativo no percentual de empresas que inovaram apenas em processo de negócios (20,9%) e apenas em produto (14,2%) em comparação com o ano anterior, quando, respectivamente, 20% e 12,7% inovaram nessas categorias em 2021.”
Os setores mais inovadores em produto e/ou processo de negócios em 2022 foram a fabricação de máquinas e equipamentos (89,3%), a fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (87,5%), a fabricação de produtos químicos (87,4%), e a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (86,6%).
Por outro lado, os setores com menos da metade das empresas inovadoras em produto e/ou processo de negócios foram a metalurgia (49,9%), a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (42,9%) e a manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (42,2%).
A pesquisa também mostrou uma relação direta entre as taxas de inovação e o tamanho das empresas. Empresas de menor porte, com 100 a 249 empregados, tiveram uma taxa de inovação (62,8%) menor do que aquelas com 250 a 499 empregados (74,3%) e com 500 ou mais empregados (77%).
Em relação aos investimentos em atividades internas de pesquisa e desenvolvimento (P&D), em 2022, 34,4% das empresas industriais com 100 ou mais empregados investiram R$ 36,9 bilhões. Os setores que mais investiram foram a fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (67%), a fabricação de produtos químicos (64,8%), a fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (60,2%), a fabricação de máquinas e equipamentos (51,7%) e a fabricação de produtos diversos (50,6%).
Já os setores com menor proporção de empresas que investiram em P&D foram a metalurgia (17,1%), a confecção de artigos do vestuário e acessórios (12,7%) e a manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (10,6%).
Quanto ao apoio público, 39% das empresas industriais inovadoras com 100 ou mais empregados utilizaram algum mecanismo de apoio público para suas atividades inovativas em 2022. Os principais setores beneficiados foram a fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (60,9%), a fabricação de bebidas (57,9%) e a fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (51,9%).
O principal instrumento de apoio público foi o incentivo fiscal à pesquisa e desenvolvimento e inovação tecnológica, dispostos na Lei do Bem (Lei nº 11.196/2005), utilizado por 26,2% das empresas industriais inovadoras com 100 ou mais empregados. As empresas de maior porte foram as que mais se beneficiaram desse instrumento, com 51,7% das empresas inovadoras com 500 ou mais empregados o utilizando.