Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, declarou que a proposta de taxação dos super-ricos, apresentada pelo Brasil ao G20 nesta quarta-feira (28), ainda está em fase de análise, mas já conta com o apoio de alguns países europeus.
“Esse debate, iniciado hoje, deve gerar frutos e diálogos”, afirmou. “É possível que haja uma reação contrária, mas, com base nas conversas bilaterais, os países europeus já estão nos apoiando de forma geral com essa proposta”, acrescentou.
Durante a abertura da 1ª Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais da Trilha de Finanças do G20 no Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propôs que todas as nações do mundo se unam para taxar as grandes fortunas. “Precisamos garantir que os bilionários do mundo paguem sua justa parcela em impostos. Além de buscar avançar nas negociações em curso na OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] e ONU [Organização das Nações Unidas], acreditamos que uma tributação mínima global sobre a riqueza poderá ser um terceiro pilar da cooperação tributária internacional”, defendeu.
Durante um dos intervalos do evento, realizado no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, Durigan explicou que a proposta do Brasil visa eliminar privilégios e corrigir distorções. “O mundo precisa de coordenação. Um dos mecanismos, consensualmente aceito, é a necessidade de financiamento global. Este é o diagnóstico”, afirmou. “Precisamos começar de forma simplificada”, destacou.
“Estamos cientes do momento geopolítico tenso. Do nosso ponto de vista, presidindo a trilha financeira, é importante focar no que é essencial para a economia. Há um consenso significativo nisso. A discussão sobre desigualdade permeou todos os diálogos de hoje. A transformação ecológica também foi discutida: o mundo precisa disso. A transformação ecológica é a pauta do desenvolvimento. E o Brasil tem uma oportunidade única neste momento”, concluiu.