Nesta terça-feira, 17 de outubro, um grupo de trabalhadores bloqueou as atividades no canteiro de obras de uma arena olímpica localizada no norte de Paris, buscando pressionar por seus direitos contratuais e autorizações de residência na França.
Aproximadamente 120 trabalhadores entraram no local por volta das 7h, horário local, com a determinação de permanecer até que suas demandas fossem atendidas. Destes, cerca de 20 grevistas afirmaram que estiveram envolvidos na construção da arena Porte de la Chapelle, destinada a sediar competições de badminton e ginástica nos Jogos Olímpicos de 2024. Os demais trabalhadores alegaram experiências semelhantes em diversos canteiros de obras na cidade.
Os organizadores dos Jogos de Paris 2024 haviam prometido que o evento seria marcado pela inclusão e responsabilidade social, tendo assinado um contrato social com sindicatos e associações patronais em 2019. No entanto, Arnaud de Riviere de la Mure, representante sindical da Confederação Nacional dos Trabalhadores – Solidariedade ao Trabalhador (CNT-SO), criticou as condições de trabalho nos locais olímpicos.
“Como é comum na construção, existe uma complexa cadeia de subcontratados, na qual muitos enfrentam condições de miséria e exploração”, denunciou, enquanto falava sobre o muro do local ocupado. Segundo ele, todos os trabalhadores envolvidos na ação foram empregados de forma informal como subcontratados pela Bouygues Construction, empresa que não pôde ser imediatamente contatada por e-mail ou telefone.
Os organizadores de Paris 2024, ao serem questionados pela Reuters, afirmaram estar colaborando com a inspeção do trabalho para garantir a proteção de todos os envolvidos nas instalações olímpicas.
Os trabalhadores estão reivindicando que seus empregadores forneçam a documentação necessária para obter residência legal e permissão de trabalho. Em uma declaração conjunta, os grevistas enfatizaram: “Sem documentos, não há Jogos Olímpicos.”