A União de Maricá foi a décima primeira escola a entrar na passarela do samba da avenida Ernani Cardoso a “Nova Intendente” nesta madrugada (25), apresentando um desfile marcado pela energia, força vocal e emoção. Com o enredo “Eu sigo nordestino”, a escola contou com a participação de cerca de 700 integrantes, distribuídos em 18 alas, duas alegorias e um quadripé.
Desde o início até o fim, a União de Maricá mostrou um desfile de canto forte e empolgante, além de uma estética bem elaborada e sem falhas, deixando clara a paixão e entusiasmo da comunidade pelo tema abordado.
A agremiação tem grandes planos para o futuro e busca desfilar na Marquês de Sapucaí em 2024. Para alcançar esse objetivo, no entanto, a escola precisará superar outras agremiações de tradição no Carnaval do Rio de Janeiro, como a Unidos de Lucas, Caprichosos de Pilares, Acadêmicos do Cubango, Renascer de Jacarepaguá, entre outras, pela Série Prata. Mas, com o talento e a dedicação de seus componentes, a União de Maricá segue firme e confiante em sua trajetória de sucesso.
Comissão de Frente
Um dos momentos mais marcantes do desfile da União de Maricá foi a apresentação da comissão de frente, que trouxe uma representação inspirada nos tradicionais folhetos de cordel, com direito a danças típicas de quadrilha. Ao final da performance, o tripé que compunha o grupo se transformou em um cenário que trazia Luiz Gonzaga tocando seu icônico acordeão, embalando a dança dos integrantes. A comissão de frente se destacou pela sintonia entre os integrantes em todos os módulos de jurados, apresentando passos rápidos e criativos com muita desenvoltura e harmonia.
Mestre-sala e Porta-bandeira
O casal Johny Mattos e Sthefany Silva mostraram uma performance impressionante nas três cabines de jurados. Especialmente na primeira, onde iniciaram o desfile, demonstraram muita paixão e energia, com sorrisos radiantes no rosto de ambos. O casal representou de maneira cativante o amor lendário de Lampião e Maria Bonita.
Enredo
A escola retratou com clareza em suas alegorias e fantasias elementos que enchem de orgulho o povo nordestino e sua cultura, como a presença de figuras como Paulo Freire, Ariano Suassuna e Mestre Vitalino logo atrás da primeira ala do segundo setor. O terceiro setor destacou o movimento armorial e as manifestações musicais e culturais que surgiram no Nordeste no século XX, como o xaxado, maracatu e tropicalismo.
Fantasias
A escola de Maricá exibiu fantasias bem elaboradas e de acabamento impecável em todo o desfile, e soube aproveitar bem a junção do colorido ao preto e branco. Os destaques ficaram para a ala 1, que representou o “bom vaqueiro nordestino”, e a ala 13, que trouxe a temática do “tropicalismo”.
Alegorias
As alegorias foram verdadeiras obras de arte, impressionando o público com suas cores vibrantes e detalhes impressionantes. O abre alas, em particular, foi de tirar o fôlego, com um majestoso pássaro em preto e branco no centro do carro rodeado por uma profusão de penas coloridas. A escola demonstrou um cuidado excepcional na elaboração de cada detalhe, elevando o desfile a um patamar de pura deslumbrância.
Samba
Matheus Gaúcho e Ito Melodia lideraram o canto do samba-enredo com maestria, proporcionando uma performance impecável sem quedas ao longo de todo o desfile. Desde a largada, os componentes da escola entoaram o samba com empolgação, contagiaram o público presente contribuindo anda mais para o sucesso da apresentação.
Evolução e Harmonia
Durante o desfile, a União de Maricá demonstrou uma evolução consistente na avenida, destacando-se especialmente na harmonia. A harmonia foi um ponto forte da escola, com componentes cantando e vibrando não apenas nos refrãos, mas também em trechos intermediários do samba em todas as alas.