No primeiro dia do aumento na tarifa do transporte público, passageiros do metrô do Rio de Janeiro expressam sua indignação. Desde a última sexta-feira (13), o valor do bilhete subiu para R$ 7,50, ante os anteriores R$ 6,90.
Anteriormente, o governo de Cláudio Castro (PL) subsidiava R$ 0,30 da tarifa cheia de R$ 7,20, fazendo com que os usuários pagassem o valor de R$ 6,90. Esse subsídio universal havia sido estabelecido em 2022 para mitigar os impactos da crise financeira decorrente da pandemia de Covid-19.
No entanto, a gestão interrompeu esse desconto e a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes do Estado do Rio de Janeiro (Agetransp) aprovou o aumento. Dessa forma, o reajuste ultrapassou a inflação do último ano, que foi de 4,5%. O Rio de Janeiro tornou-se novamente o único estado a não subsidiar universalmente a tarifa do metrô, mantendo-a como a mais cara do país.
Embora o governo fluminense mantenha um programa de tarifa social para pessoas com renda mensal de até R$ 3.205,20, os usuários continuam insatisfeitos. O publicitário Leonard Brunno, 30, residente em Coelho Neto, na zona norte, relata que despende cerca de R$ 280 mensais somente no deslocamento casa-trabalho até a Central do Brasil. Mesmo cadastrado na tarifa social pela empresa em que trabalha, ele considera o custo elevado.
A MetrôRio informa que, dos 45 milhões de passageiros transportados de janeiro a março deste ano, 12,3 milhões utilizaram a tarifa social, o que representa aproximadamente 30% dos passageiros pagantes diários.
A manicure Thamiris Boaventura, 35, relata que ficou sem o direito à tarifa social devido a uma renda mensal levemente superior ao teto estabelecido. Ela teme que o aumento da tarifa afete seus rendimentos, pois se desloca entre bairros da zona sul para atender seus clientes.
Os usuários também criticam a falta de conexão do metrô com outras cidades da região metropolitana, especialmente na Baixada Fluminense, onde não há estações. Além disso, lamentam a ausência de inauguração de novas estações, com obras paralisadas há anos, como no caso da estação da Gávea, que teve seus trabalhos interrompidos desde 2015.