Na madrugada desta terça-feira (21), a Vila Isabel foi a terceira escola a desfilar no segundo dia do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro. Com um enredo assinado pelo renomado carnavalesco Paulo Barros, a escola apresentou diversas formas de celebrar a fé e surpreendeu o público com inovações, como componentes flutuantes, uma representação futurista de São Jorge, um carro alegórico em movimento e até mesmo uma troca de roupa da porta-bandeira durante o desfile.
A Vila Isabel contou com a participação de 2.643 componentes, distribuídos em 29 alas durante o desfile. Muitas dessas alas fizeram menções a outras divindades e celebrações, desde o festival de Bastet, a deusa da fertilidade no Egito Antigo, até o Carnaval, que foi retratado no último carro alegórico. A rainha de bateria, Sabrina Sato, desfilou com uma fantasia inspirada nas Festas de São João, que encantou o público.
Durante o desfile da Vila Isabel, diversas cerimônias e celebrações foram lembradas, tais como a Festa ao Deus Sol, da cultura inca, o Festival das Lanternas, de origem budista, o Dia de São Patrício, celebrado na Irlanda, a tradição japonesa do Festival Kurayami, e as Festas de Iemanjá, rainha do mar e muito popular no Brasil. Todas essas referências contribuíram para a riqueza e diversidade do enredo apresentado pela escola de samba.
A Vila Isabel iniciou seu desfile com um emocionante “Pede passagem”, uma ala tradicionalmente posicionada antes das comissões de frente no passado. Neste ano, a ala apresentou coroas e contou com a ilustre presença do presidente de honra da escola, Martinho da Vila, que acrescentou ainda mais brilho ao início do desfile da agremiação.
A comissão de frente da Vila Isabel, vestida em azul e branco, apresentou uma coreografia inspirada pelo êxtase provocado por um gole de vinho, fazendo referência ao Deus Baco. O Deus do vinho também foi o tema central do carro abre-alas, que contava com uma decoração reminiscente da Roma Antiga. O carro ainda tinha canos jorrando um líquido roxo e uma plataforma inclinada, criando um efeito visual que simulava a sensação da embriaguez. Tudo isso contribuiu para a narrativa da escola sobre as diferentes formas de celebração e êxtase durante as festividades.
Dia dos Mortos, São Jorge, Círio…
Além de Baco, outros santos foram homenageados pela Vila Isabel, incluindo São Jorge. Uma das alas da escola apresentou membros vestidos como cavaleiros, “contracenando” com dragões, em uma bela representação da lenda do santo. As festividades em torno de São Jorge foram também o tema do terceiro carro alegórico, que apresentava uma grande escultura transparente e “futurista”, dando um toque moderno e inovador à celebração do santo guerreiro.
A Vila Isabel também representou outras festas e celebrações ao longo de seu desfile. Uma ala foi dedicada ao Círio de Nazaré, que acontece em Belém em outubro, enquanto um carro alegórico celebrou o famoso Festival de Parintins, com duas esculturas gigantes de bois, representando o Caprichoso e o Garantido.
O quinto carro alegórico apresentou uma homenagem ao Dia dos Mortos, com uma decoração toda cravejada de caveiras e esqueletos, em referência à festa tradicional mexicana.
Por fim, a Vila Isabel encerrou seu desfile celebrando, é claro, o Carnaval. Uma ala representou a corte do Rei Momo, enquanto outra foi dedicada aos blocos de rua, que são uma parte essencial da festividade popular no Brasil. Essa celebração final resumiu perfeitamente o tema da escola de mostrar as diferentes formas de celebração e êxtase que existem ao redor do mundo.